SERIA A ROTA UM ESQUADRÃO DA MORTE (PARTE IX)

Em um patruhamento de rotina proximo da favela do caixote em pé em Diadema , com as lanternas e farois apagados e por a viatura ser cinza éramos quase invisíveis, e só éramos notados quando estávamos muito próximo das pessoas , foi quando percebemos um grupo de rapazes em uma esquina em atitude suspeita, ao perceberem a nossa chegada jogaram dezenas de baseados de maconha  e papelotes de cocaina e começaram a fuga , comecei a perseguição pelas vielas da favela e permaneci no encalço de um deles que estava de calça branca e era mais facíl de visualizar a noite, depois de entrar por várias vielas e pular vários muros , o elemento pulou em cima de uma residëncia como se fosse um gato, eu pulei atrás ,mas como andava com aquelas botas pesadas atravessei   o telhado e cai dentro do quarto de uma residëncia , quase em cima de uma criança que dormia na cama, rasguei minha calça e senti uma dor forte na perna direita e algumas escoriações leves fiquei louco de raiva por não ter obtido exito na perseguição e ainda ter caido dentro da residëncia, e enquanto lastimava minha falta de sorte escutei alguns tiros e mesmo com dores sai no encalço do marginal na preocupação de que ele tivesse baleado algum policial da viatura, mas tal foi minha satisfação quando cheguei na rua que dava de fundos para residëncia e percebi que o elemento se encontrava caido ao chão baleado por o motorista da guarniçao que ar dar a volta no quarteirão se deparou de frente com o meliante e ao trocarem tiros conseguiu atingi-lo , conduzimos o mesmo ao PS onde ele ja chegou sem vida. Apresentamos a ocorrëncia ao Delegado de plantão e mais um dia retornei a minha casa com a sensação de dever cumprido.

SERIA A ROTA UM ESQUADRÃO DA MORTE ( PARTE Vlll)

Um dia em patrulhamento pela zona oeste, recebemos a informação pelo radio que 4 elementos armados haviam assaltado uma residëncia, e durante o roubo jogaram pimenta na vagina de um bebe 6 mese e praticaram atos libidinosos em um menininho de 2 anos, tudo na frente da mãe , e que após se evadirem do local foram perseguidos por viaturas , até abandonarem o carro as margens de um imenso matagal. Se deslocamos imeditamente para o local e quando chegamos onde eles tinham abandonado o veiculo , dezenas de populares começaram a aplaudir e gritar, agora a ROTA chegou o bicho vai pegar, aquilo nos emocionava muito, mas aumentava demasiadamente a carga de responsabilidade pois se caso não conseguissemos lograr exito na prisão, ficaríamos muito frustrados, nos deslocamos mata adentro e por mais de duas horas fomos vasculhando metro por metro até que num determinado momento ouvimos vozes vindo de uma clareira na mata , avançamos devagar e percebemos quatro elementos , fumando um baseado de maconha e com alguns produtos no chão aparentemente eletronicos, como radio , tv etc, juntamente com alguns revolveres,. Neste momento demos voz de prisão aos mesmos ,momento em que se iniciou um tiroteio , comecei a atirar contra os mesmos ainda com a imagem no cerebro das atrocidades que eles tinham cometido, contra aquelas crianças mesmo sem ainda as ter visto, e a cada um que caia baleado ao chão era como se eu tivesse ganhado um troféu e uma felicidade imensa se apoderava de minha pessoa, terminado o tiroteio ja com os quatro elementos estirados ao chão, começamos a carrega-los para a viatura pois não sabiamos se eles ainda estavam vivos depois de muito tempo e muita canseira conseguimos voltar para as margens do matagal onde se encontrava a nossa viatura , as pessoas começaram a nos aplaudir e gritar ROTA, ROTA, aquilo foi minha recompensa, dentro de mim senti um arrepio de alegria de ,missão cumprida de orgulho, e continuamos a dar prosseguimento na ocorrëncia levando os elementos baleados para o Pronto Socorro, onde graças a Deus chegaram sem vida, a vitima que era mãe das crianças foi chamada para reconhecer os elementos e ao perceber que eram eles , ela começou a soca-los mesmo eles estando mortos com varios tiros pelo corpo, eu olhava aquela cena e imaginava o que aquela mãe estava sentindo, por um momento deixei a emoção tomar conta de mim e derramei algumas lágrimas, mas logo após as enchuguei para não mostrar fraqueza, e a retirei do necroterio do Hospital. E a i a conduzimos para a Delegacia para fazer a ocorrëncia e com a satisfação do dever cumprido.

SERIA A ROTA UM ESQUADRÃO DA MORTE (PARTE Vll)

 Em uma tarde inicio de noite patrulhando um bairro da zona leste de São Paulo, estavamos a procura de um veiculo passat com quatro elementos que haviam cometido um assalto nas imediações, de repente se deparamos com o veiculo e se iniciou uma violenta perseguição, depois de alguns quarteirões houve uma troca de tiros e o passat bateu em um  poste , quando retiramos os elementos do veiculo todos ja estavam mortos, mas ao arrastar um dos corpos percebi que a bluza de um deles estava aberta e longos seios femininos ficaram expostos , tirei a touca que ele usava na cabeça e longos cabelos se estenderam pelo corpo, fiquei perplexo na verdade era uma jovem mulher, ao mesmo tempo fiquei preocupado pois foi nos informado que eram quatro homens que haviam praticado o assalto, então o que estava fazendo aquela mulher armada dentro do veiculo, conduzimos o  corpos para o hospital e chamamos a vitima para o reconhecimento, colocamos a touca novamente na jovem que estava morta e a mostramos para vitima , que prontamente a reconheceu , mas em virtude dos trajes ela tinha pensado que todos eram homens, os pertences roubados foram devolvidos a vitima e a ocorrëncia de roubo e resistencia seguida de morte apresentado na delegacia local.
AS PRIMEIRAS 5 POSTAGENS SÃO SOBRE A VERDADE DA ROTA , ESTAS OUTRAS SE REFEREM APENAS A OCORRËNCIAS MARCANTES QUE VIVI NO TRABALHO.

SERIA A ROTA UM ESQUADRÃO DA MORTE ( PARTEVl)

 Os cinco primeiros posts que coloquei neste blog foi uma retrospectiva geral sobre o que na verdade é a ROTA, a partir de agora vou postar algumas acorrëncias marcantes que aconteceram nos seis anos que trabalhei no batalhão Tobias de Aguiar.


 Em uma tarde de patrulhamanto normal pelo centro se São Paulo, foi nos informado pelo radio que uma viatura de radio patrulha estava precisando de apoio em um bairro proximo pois estavam atendendo uma ocorrëncia e um homem armado os estava ameaçando.De imediato ligamos a sirene e começamos a nos dirigir para o local,para darmos apoio aos policiais, começamos a subir a Avenida consolação em uma velocidade média de 140 Km por hora, foi quando percebemos que uma perua Kombi que estava a nossa frente deu uma brequada, no momento só vi um vulto e ouvi um barulho de impacto.Paramos a viatura e descemos para verificar, foi horrivel , tinhamos atropelado uma senhora de aproximadamente 80 anos de idade , naquele tempo não havia viaturas de resgate do corpo de bombeiro então fomos tentar socorrer a mesma,a situação era degradante, quando eu tocava no corpo da senhora percebia que os seus ossos estavam totalmente moidos e na verdade ela ja estava morta, as lágrimas desciam de nossos olhos, não conseguiamos entender o que havia acontecido, o motorista da viatura chorava abundantemente , aquele lugar não tinha faixa de pedestre não tinha semáforo , não era uma parte de travessia de pedestre o que teria acontecido, depois de algum tempo chegou no local uma sobrinha da vitima e nos informou que ela era quase surda e suas faculdades mentais estavam frageis, aquelas palavras serviram para que nós tentassemos mostrar ao motorista que ele não teve culpa ( como realmente não teve mesmo), mas tivemos que conviver com aquela cena em nossas mentes durante muito tempo. O pior é que aqueles policiais da radio patrulha  que pediram  apoio exageraram nas informações  pois tudo não passou de uma briga mais violenta de marido e mulher, que foi solucionado sem maiores consequëncias.
 

SERIA A ROTA UM ESQUADRÃO DA MORTE ( PARTE V )

  Depois de matar o  primeiro bandido na minha carreira após  dois anos e meio na policia ( e não posso negar isso tinha me deixado muito satisfeito), começei a entender o porque existia a desconfiança dos policiais antigos em relação aos mais novos,é que eu poderia ser um jornalista disfarçado , querendo fazer uma matéria sensacionalista para me promover ou poderia ser um policial babaca que sairia contando tudo o que acontecia na linha de frente, foi ai que começei a dar razão a todas aquelas preocupações porque a partir daquele dia  descobri que a ROTA não era uma policia qualquer e sim uma ,irmandade uma religião, um ideal ,onde prevalecia o ditado (um por todos e todos por um ) iria começar a entender por que enquanto a ROTA com tres dezenas de viaturas e uma centena de policiais conseguia  matar em confronto centenas de marginais por mës , enquanto as centenas de viaturas de batalhão de área com milhares de policiais matava apenas alguns.Na verdade era um problema de IDEALISMO, nos batalhões de area as viaturas  normalmente era comandada por cabos, sargentos, aspirantes e oficiais que não queriam trabalho , eles ficavam mais preocupados em verificar se o cabelo ou bigode do policial estava no tamanho correto, ou se suas botas estavam  limpam, do que conversarem sobre a criminalidade da região e tentar conseguir a sua diminuição. O patrulhamento era feito em uma pequena area de cobertura e não se passava informações sobre o que estava acontecendo em outros locais da cidade, poderia passar ao seu lado um veiculo roubado a poucos bairros de distancia e vocë não saberia , a corrupção era muito mais importante do que o atendimento ao cidadão .Mas na ROTA tudo era  diferente vocë iniciava o serviço em uma sala de aula , nela vocë ficava sabendo de tudo o que estava acontecendo em São Paulo nos ultimos dias a disciplina era conciënte ninguém precisava mandar vocë cortar o cabelo ou engraxar as botas, vocë sabia a hora de faze-lo, ao sair com a viatura para patrulhar,vocë tinha  anotado em uma prancheta, as placas de todos, veiculos furtados ou roubados  no Estado de São Paulo nos ultimos dias, a viatura que vocë utilizava para trabalhar só seria usada por outra equipe no  dia´posterior , então vocë podia dar prosseguimento a uma ocorrëncia mesmo depois do término do seu expediente,as vezes passavamos dois ou tres dias sem ir para casa, para darmos conclusão a alguma ocorrëncia de vulto.Tinhamos também  o serviço reservado de intëligëncia da ROTA que  ficava trabalhando ininterruptamente 24 hs por dia , nas favelas e lugares de alto índice de criminalidade para nos passar informações corretas de onde estava os bandidos quais os barracos que eles habitavam , seus nomes e quais os seus crimes, estes homens da intëligencia se travestiam de eletrecista , encanadores pedreiros e outras profissões para permanecerem no anonimato dentro das favelas por varios dias, era uma ligação perfeita, entre o profissionalismo, o amor a policia  o dever cumprido e a satisfação pessoal de ser útil para a sociedade.Os trabalhadores, que aquele mal informado e mal intencionado  jornalista Caco Barcelos escrevia que a ROTA executava, eram  bandidos que após roubar ou matar as suas vitimas roubavam suas carteiras profissionais e colavam as suas fotos por cima para tentar enganar os policiais tentando se passar por trabalhadores, nós não matavamos inocentes porque quando chegávamos a algum elemento  ou a algum lugar suspeito já tinhamos a ficha completa sabiamos muito bem com quem estávamos lidando, eramos aplaudido pelo povo carente e os taxistas de São Paulo, pois éramos a sua unica defesa, tinhamos uma cabine  de controle exclusiva no COPOM ( comando de operações da policia militar), só para nos passar informações atualizadas e corretas de tudo que acontecia na grande São Paulo, não atendiamos ocorrëncia de briga de vizinho, briga de marido e mulher e outras besteiras, só eramos chamados quando a ocorrëncia era considerada grave, roubos,latrocinio, rebelião estupro ou outras  envolvendo marginais de alta periculosidade, e quando se atende este tipo de ocorrëncia não se chega para conversar e sim para resolver então se precisavamos atirar ,atiravamos sim ,uma , duas , vinte vezes, não interessa o quanto , tinhamos o direito de defender as nossa vidas, de nossos amigos e da população de São Paulo.
 Nos ultimos dez anos a criminalidade está diminuindo em São Paulo, porque o governo esta fazendo a sua parte construindo mais cadeias melhorando a saude,o saneamento as escolas, mas na decada de 70 e 80 , alguns politicos , religiosos e jornalistas , atacavam a policia ,mas nada faziam para melhorar as condições do povo de São Paulo, e se o ESTADO ocupasse os espaços na sociedade, dando educação as crianças, evitar que os traficantes se aproximem delas, oferecer creches decentes, trabalho para os adultos, saneamento basico, leis mais rigidas etc, com certeza não precisaria de uma policia de repressão nas ruas.A policia combate o bandido que ja está pronto, quem e como se constrói é um problema social que não cabe a policia resolver e sim a sociedade.
 Depois de seis anos servindo o batalhão Tobias de Aguiar , por motivo de saúde tive que me ausentar das ruas e fui transferido para o Batalhão de Mogi das Cruzes onde morava, e por isso quero aproveitar este blog para deixar minhas homenagens a todos aqueles policiais e suas familias, que deram a sua vida em prol da sociedade, e também  elogiar aqueles que ainda estão com vida, pelo nobre e brilhante serviço prestado a população de São Paulo e dizer que hoje não sou mais um policial , graças a Deus me tornei  um empresário de sucesso, mas tudo que faço hoje é por dinheiro, pois o unico trabalho que fiz por amor e tenho o maior orgulho de dizer , é que um dia eu fui um policial do Batalhão Tobias de Aguiar,
eu fui um ROTARIANO.


 NAQUELE TEMPO TODOS OS MARGINAIS QUE OUSAVAM ENTRAR EM CONFRONTO COM A ROTA MORRIAM NO TIROTEIO.

AGORA SE SERIA A ROTA UM ESQUADRÃO DA MORTE  ??????

VOCË É  QUEM DECIDE.........!!!!!!!!!!!!

MAS SE ELA FOI UM ESQUADRÃO , O POVO DE SÃO PAULO SÓ TEVE A GANHAR COM ISSO, POIS MILHARES DE VIDAS DE CIDADÃOS E CRIANÇAS FORAM POUPADAS, POIS BANDIDO MORTO NÃO ASSALTA E NÃO MATA MAIS NINGUÉM.

SERIA A ROTA UM ESQUADRÃO DA MORTE ( PARTE lV )

 Minha ansiedade crescia cada vez mais , a vontade de ser ser o quarto homem ( assim se chamava o policial que tinha terminado o estágio) era incrivel , até que um dia tudo começou a mudar, naquele dia  dois policiais  colocaram suas roupas de disfarçe , investigação muito usada na ROTA os policiais colocavam roupas normais , para se infiltrar nas favelas ficando com a aparëncia de  marginais ou mendingos, para conseguir  informações sobre o paradeiro de criminosos perigosos procurados que moravam nas comunidades carentes e as usava para se esconder, ao mesmo tempo as intimidar , e permaneceram na viatura somente eu o sargento e o motorista, deixamos os policiais a paisana na favela e fomos patrulhar  nas imediações , foi quando percebemos uma grande movimentação de pessoas na porta de um mercado pequeno que ficava próximo a favela , ao chegarmos deparamos com uma senhora gravida  oito meses com o braço sangrando , porque havia sido esfaqueada por assaltantes e soubemos que um senhor de aproximadamente 68 anos havia sido baleado pelos mesmos  elementos após os mesmos assaltarem o mercado de propriedade da família  e que o senhor  havia sido socorrido ao Pronto Socorro onde estava em estado grave , anotamos  a descrição fisica e das vestimentas dos elementos e começamos o patrulhamento para tentar localiza-los, alguns minutos depois localizamos os dois caminhando tranquilamente por uma rua dos arredores da favela e de imediato começamos uma perseguição a pé, como não dava para a viatura entrar na rua por ter uma escadaria que impedia, e o sargento era um homem de meia idade, toda a perseguição foi feita por mim , eu os perdia de vista, mas graças aos populares que davam as cordenadas eu sempre estava no encalço de pelo menos um deles, quando em uma rua próxima a estrada de Itapecerica da Serra percebi que estava a cinquenta metros aproximadamente de um deles, mas quando ele olhou para traz e me viu começou a correr novamente, como eu era novo e magro e tinha um condicionamento fisico muito bom, rapidamente começei a me aproximar do elemento, momento em que o marginal sacou uma arma e virou contra a minha pessoa e efetuou um disparo e eu sem pestanejar efetuei varios disparos em sua direção .Ele caiu ao chão no mesmo instante  com trës tiros cravados no corpo, neste momento chegou um veiculo  Caravam  que trazia o sargento no seu interior, o mesmo agradeceu ao motorista do carro e o dispensou, foi a um orelhão e pediu para que fosse chamado a viatura da ROTA do qual haviamos nos perdido, procedimento totalmente diferente do que tomavamos quando eu trabalhava em viaturas de área, passados alguns minutos a viatura chegou colocamos o marginal no chiqueirinho e seguimos rumo ao Pronto Socorro, por varias vezes o sargento mandou eu verificar a respiração do marginal para ver se o mesmo estava vivo ou não, como o chiqueirinho( parte fechada na trazeira da viatura) da ROTA é aberto do banco de tráz vocë consegue cordernar toda a situação, e percebi que ele ja havia morrido, chegamos ao PS com a sirene ligada aquele alarde todo, o marginal foi colocado em uma maca, e o medico sem mostrar muita preocupação depois de uns cinco minutos deu uma rapida olhada e mandou para o necrotério.Neste momento eu estava vivendo a minha primeira ocorrëncia de rotariano.Depois de alguns minutos o Pronto Socorro foi tomado por varias viaturas de ROTA , que foram para dar apoio e também alguns reporteres da imprensa sensacionalista, foi quando eu ouvi o Tenente oficial do pelotão perguntar ao sargento comandante da minha viatura. e ai sargento como foi o recruta?.e ouvi o sargento rsponder...!!! foi muito bem na verdade quem pegou e matou o bandido foi ele. E foi a partir deste momento que me tornei um verdadeiro rotariano, no outro dia, ouvi o eu nome ser falado em varios programas policiais no radio, e isso me encheu de orgulho, ao chegar no batalhão ja fui escalado como quarto homem,havia acabado o meu estágio e percebi que os policiais antigos começaram me tratar com respeito e comecei a participar de todos os assuntos que até o trabalho anterior eu era excluido, era tudo tudo o que eu queria na minha carreira ser aprovado para pertencer ao quadro da tropa de Elite da policia militar.

CONTINUA

SERIA A ROTA UM ESQUADRÃO DA MORTE ( PARTE lll )

Aproximadamente quatro meses se passaram, parecia uma eternidade, mas chegou a minha vez fui chamado a me apresentar na  TERCEIRA COMPANHIA DA ROTA , chamada de ROTA vespertina , pois o seu horário de atuação era das 15:00 hs as 23:00 hs, também tinha a Rota matutina que atuava das 10:00 hs as 18:00hs e a Rota noturna que atuava das 18:00 hs as 03:00 hs, os horários eram tão diferentes que mesmo permanecendo seis anos no batalhão teve muitos policiais de outras Cias que nem cheguei a conhecer.Quando vocë começa a trabalhar em uma viatura de Rota vocë tem a função do quinto homem, é um estagiário que fica no meio dos dois policiais do banco trazeiro obedecendo ordem de todos e fica que quase totalmente isolado das conversas.Normalmente quando faziamos cerco em favelas ou perseguições a pé sempre deixam o quinto homem tomando conta da viatura e vocë nunca participa das ocorrëncias graves, na verdade eu era um mero espectador.E toda aquela indiferença começou a me irritar , começei a me arrepender de ter saido de Guarulhos , onde eu era respeitado como um dos melhores policiais da cidade, e agora era tratado como um recruta, quando havia tiroteio nas favelas , meus companheiros chegavam com os corpos dos marginais mortos no tiroteio e os  colocavam no chiqueirinho da viatura e nos deslocávamos ao pronto socorro mais proximo, sendo que no caminho se falava muito pouco, e as perguntas que eu fazia sobre  o que tinha acontecido eram vagamente respondidas.Cada dia eu estagiava com uma equipe de patrulhamento diferente, onde as minhas atitudes eram analizadas por todos para que um futuro próximo eles decidissem a minha permanëncia ou não na tropa.
 Mas mesmo assim eu ja começava a perceber uma diferença gigantesca com os batalhões de área, assim chamados os batalhões como o que eu tinha vindo de Guarulhos, na ROTA ninguém podia mexer com mulheres, não se comia em uma padaria ou em uma lanchonete sem ir ao caixa para pagar, poderiamos não pagar mas tinhamos que perguntar o valor e pegar a carteira do bolso,sempre um policial tinha que permanecer fazendo a segurança enquanto os outros se alimentavam, totalmente diferente das viaturas de área que o policial muitas vezes dava tchau sem perguntar o preço, todos os integrantes da guarnição tinham o mesmo poder de policia do recruta ao coronel, se alguém falasse vamos abordar aquele elemento ninguém podia dizer não, indiferente da patente ou do tempo de ROTA,todos tinham o mesmo direito, sendo que nas viaturas de área se o policial quizer verificar alguma coisa, tem que pedir ordem ao comandante da viatura que é um cabo um sargento ou um oficial e que normalmente é negada , sempre com a mesma conversa , não ganhamos para isso,deixe de ser vibrador  e as vezes até nos criticavam dizendo para pararmos de arrumar zica ( zica na policia quer dizer problemas de difícil solução).As viaturas da ROTA eram cinzas enquanto de toda a policia militar eram preto e vermelha , e usavamos o sétimo uniforme que era marron com uma boina preta e com um casacão de frio preto, que ia até proximo aos calcanhares, enfim eramos diferentes em tudo , e no braço aquele braçal em letras douradas escrito ROTA, que era o nosso maior orgulho, mas a maior liçao que eu aprendi foi que a ROTA não tem acordo, bandido é bandido , não interessa se é rico ou pobre, bandido bom é bandido morto , não tem corrupção não se pega nada de ninguém, inacreditavelmente vim a descobrir que neste país existia a honestidade, parecia um conto de fadas , prendiamos ou matavamos marginais com produtos valiosos de furto ou roubo, entravamos em casa de gente rica onde os marginais tinham acabado de fugir, deixando para traz joias , dinheiro ou outras coisas de valor e ninguém pegava nada, tudo o que era apreendido era relacionado e entregue na delegacia, e se alguém percebesse o desvio de conduta de outro da guarnição independente da graduação era só comunicar o comando que aquele policial seria transferido imediatamente para outro lugar,todos se vigiavam , a cada quinze dias a escala era alterada e vocë mudava de parceiros para não ocorrër o risco de permanecer muito tempo a mesma equipe junto e formar grupos que tomasse atitudes que ferissem a honra dos rotarianos , na verdade parecia que eu tinha saido do Brasil e estava trabalhando na Noruega, na Suecia ou em qualquer pais civilizado no mundo. A quantidade de bandidos mortos pela ROTA na decada de 70 chegava a centenas por mes , mas ela por não descriminar bandido pobre ou bandido rico tinha acabado de passar por alguns anos de turbulëncia, pois numa ocorrëncia de perseguição após um furto, a famosa ROTA 66 , tinha exterminado do nosso planeta 3 marginais ricos o que mexeu com toda a estrutura . Jornais pagos pelas familias, reporteres querendo se aparecer, televisão com o seu sensacionalismo, e outros fatores fizeram tanta pressão que quase acabaram com a ROTA , pois a imprenssa não permite que se mate bandido RICO.Mas graças a Deus a voz do povo , dos taxistas e dos favelados da época que conclamaram a favor a ROTA seguiu seu curso, pessoas ganharam fortunas escrevendo mentiras sobre o caso da ROTA 66, Queriam que o povo acreditasse que os policiais da ROTA tinham assassinado por puro prazer trez inocentes filhos de milionários,o que aconteceu na verdade é que depois de serem pegos em fragrante ao estarem arrombando um veiculo os meliantes  subiram em um veiculo de propriedade de um deles e começaram a fuga dai se iniciou mais de 40 minutos de perseguição envolvendo várias viaturas uma chegou a fundir o motor na perseguição a estes marginais,até que culminou com o cerco o tiroteio e a morte dos tres marginais. Policiais também tem filhos e filhas eles sabem muito bem distinguir pessoas de bem e marginais, qual o policial que conseguiria dormir em paz sabendo que estava executando nas ruas jovens inocentes, isto não passa de um absurdo, mas é o que alguns jornalistas , politicos ou religiosos tentam passar para a população, mas ainda bem que o nosso povo é inteligente e mais de 80% sempre apoiou o serviço da ROTA.

SERIA A ROTA UM ESQUADRÃO DA MORTE ( PARTE ll )

Em 1979 eu me desloquei a um dentista que ficava ao lado do Batalhão Tobias de aguiar, foi quando eu decidi tentar a sorte pois era quase impossivel para um policial de outro batalhão ser transferido para la, precisava ter algum policial da ROTA querendo trocar com vocë o que era chamado de permuta, e perguntei a um soldado que estava na porta do quartel , se por a caso ele conhecia algum rotariano que quizesse ir trabalhar em Guarulhos, e tamanha foi minha surpresa quando ele disse que sim e que o policial a que ele se referia acabara de sair de serviço , e estava se trocando, pois na ROTA os policiais por causa da segurança não vão fardados para casa, neste momento como num passe de magica do destino surgiu o policial citado. Indaguei ao mesmo se interessava uma permuta, e como eu trabalhava no TATICO MÓVEL COMANDO,nome dado as viaturas veraneio comandada por oficiais , pois por meus meritos ja havia saido da radio patrulha e por ser considerado um bom policial  fui chamado para trabalhar com oficiais nas viaturas de comando, o policial da ROTA prontamente aceitou a permuta, então nos dirigimos  ao setor administrativo e solicitamos documentalmente a troca ou permuta de batalhão.

Após tres meses de espera, eu estava pronto para mais um dia de serviço em Guarulhos, quando fui informado pelo sargenteante que eu estava transferido para a ROTA, no momento minhas pernas cambalearam de felicidade mas também de tristeza pois iria abandonar os amigos que durante os dois ultimos anos tinhamos vivido momentos importantes de alegria , pavor , medo, angustia, tristeza e outros sentimentos fortes que só a policia poderia nos  proporcionar, mas se era o meu destino tinha que segui-lo.E assim fui me apresentar no Batalhão Tobias de Aguiar onde tem uma frase na parede do pátio que esta  escrito A ROTA É RESERVADA AOS HERÓIS. Mas no Batalhão Tobias de Aguiar , antes de trabalhar em uma das companhias de viatura vocë tem que fazer um estagio na guarda do quartel , até chegar  a sua vez de se tornar um verdadeiro rotariano.Foram aproximadamente 4 meses intermináveis onde eu e os outros recrutas da guarda do quartel ficávamos, vendo aquela tropa de ELITE fazerem acrobacias com as  viaturas dentro do pátio do batalhão e também  acompanhavamos no radio as  varias ocorrëncias de tiroteio que ocorriam durante as 24 hs que ficávamos de serviço, a nossa adrenalina ia a mil só de saber que uma hora seriamos chamados para pertencer a melhor tropa de policia do mundo, quando as viaturas chegavam ao batalhão , normalmente cheia de sangue no seu interior , ficávamos admirando aqueles policiais que eram verdadeiros heróis anonimos, e ficavamos mais exitados para sermos chamados para trabalharmos no patrulhamento de rua.Mas nem tudo era alegria, em um determinado dia houve a primeira baixa na tropa, o primeiro policial morto em serviço, eu nem o conhecia direito só de vista seu sobrenome era Compri, morreu numa perseguição policial ,fui ao enterro do mesmo e mesmo sem sermos amigos , senti a dor de perder pela primeira vez um companheiro de profissão, vendo os prantos de sua familia, percebi que o mundo das ruas era uma guerra verdadeira, e só quem participa ativamente sabe como tudo funciona , ao contrario destes almofadinhas de ternos e gravatas que ficam fazendo debates em televisão sendo que o unico sangue que os mesmos viram na vida foi quando o seu prestobarba cortou a sua face, e a unica pobreza ou favela que viram foi quando passaram com seus helicópteros ou carrões blindados ao lado ou por cima das favelas do A B C, quando estavam indo para a praia.

NAS PROXIMAS POSTAGENS ,CONTINUAÇÃO DA VERDADE SOBRE A ROTA

SERIA A ROTA UM ESQUADRÃO DA MORTE ( PARTE l )

   Era o ano de 1977, meu primeiro dia de escola de policia estava se iniciando, em minha cabeça a partir daquele dia eu aprenderia a ser um policial , com treinamentos de tiro , aulas de psicologia,e tudo o que seria necessário para lidar com as milhares de situações que abrange um dos serviços mais complexos do mundo, pois estava no meu sangue servir a sociedade, aí começou a decepção dia após dia ficavamos descascando batatas , encerando o chão do quartel, limpando fuzis que tinham 50 anos de uso e que jamais seria usado nas ruas e gritando (sim senhor sargento, não senhor sargento).Isto durou seis meses foi quando eu me formei como policial militar sem nunca ter aprendido a fazer uma ocorrëncia de rua , ou aprendido sobre uma situação real de enfrentamento.Foi então que  descobri o primeiro erro do ESTADO, que é a falta de instrução e capacitação para formar um policial, se preocupando mais em formar soldados alienados como se fossem para uma guerra, do que policiais para ajudar e proteger o cidadão .Terminado esta primeira fase fui designado a trabalhar em uma viatura de radio patrulha que naquela época era composta pelo  famoso fusquinha , e a minha cidade de atuação foi Guarulhos ( grande São Paulo ), onde passei a fazer estágio com dois policiais antigos, durante as madrugadas, e percebi que a maior proucupação deles era acharcar casais de namorados que ficavam de madrugada namorando em lugares escuros e perigosos da cidade, e foi com eles que tive as minhas primeiras aulas de como atender uma ocorrëncia, de como preencher um relatorio, etc etc. Aprendizado este que eu deveria ter tido na escola ao invés de ficar descascando batatas.
 Terminado este estágio de 2 semanas , assumi o serviço de encarregado de Radio Patrulha, e mesmo sem o minimo  conhecimento teórico e pratico dos procedimentos corretos de um policial diante de uma determinada ocorrëncia , a partir daquele momento teria que tomar as decisões de todas as ocorrëncias que viessem a acontecer em minha jurisdição, mas mesmo assim eu estava vibrando de emoção, apesar de tudo eu consegui me tornar um patrulheiro , sendo que 80% dos meus amigos de escola foram trabalhar no setor de transito  ou nas muralhas do manicömio de Franco da Rocha. Mas começou ocorrer  um problema grave, o  motorista que trabalhava comigo tinha uns 25 de policial militar  ( na giria é chamado praça velho) e durante as oito horas de patrulhamento ele mais se preocupava com as brigas de galo no qual participava com os seus animais, ou com outros problemas particulares,do que com o nosso patrulhamento preventivo pela cidade e quando eramos chamados em uma ocorrëncia de roubo, latrocinio, estupro ou de qualquer natureza odionda ,eramos sempre os ultimos a chegar. Então começamos a ter um sério desentendimento ele falava  que não ganhavamos o suficiente para esquentar a cabeça e que eu era recruta e iria aprender muito, e eu falava  que eu tinha entrado na policia para ser um policial e cumprir o meu dever indiferente do salario , e se  ele achasse  que ganhava pouco deveria pedir baixa e procurar outro trabalho, e estes desentendimentos duraram  uns dois meses, até que não aquentando mais a situação fui conversar com o sargento que cuidava da parte administrativa e pedi para que ele mudasse o meu parceiro , por um policial mais jovem com mais motivação, e fui atendido prontamente .Efetuado a troca de parceria começei a trabalhar com um policial mais jovem, que tinha o mesmo änimo que o meu e juntos faziamos aquilo que era para ser feito por bons policiais, invadiamos favela, dávamos porte de arma em todos os elementos suspeitos , eramos sempre os primeiros a chegar em ocorrëncias graves e obtinhamos exito em muitas delas culminando em dezenas de prisões em flagrante delito de delinquentes altamente perigosos.
 Isto era o lado positivo da situação , mas tinha muitas coisas negativas , 80 % da tropa não pensava igual a nós, enquanto alguns lutavam e dariam suas vidas em prol da sociedade a grande maioria usava a policia para resolver os seus problemas pessoais e o grau de corrupção era altissimo, em muitas ocorrëncias de furto a residëncia , policiais roubavam mais produtos da casa do que os proprios ladrões, na verdade aconteciam coisas absurdas em todos os sentidos , chegavamos a patrulhar toda a cidade de Guarulhos com apenas uma viatura  porque as outras estavam quebradas, enquanto o comandante do batalhão o subcomandante do batalhão e o comandante da Cia, tinham uma viatura novinha só para eles irem para casa, e o pior é que todos aqueles bandidos que arriscavamos a vida para prender passavam alguns dias a justiça liberava, e começava todo o ciclo vicioso , nós arriscavamos a vida prendiamos , a justiça soltava e assim sucessivamente. Mas começei a verificar um fato curioso , a ROTA vinha a Guarulhos toda semana e  matava alguns desses marginais , e  eu ficava pensando , durante anos estes meliantes estão barbarizando a cidade roubando e matando crianças e país de familia , nós o prendemos varias vezes e de repente a ROTA aparece aqui e como numa magica os exterminam. E isso fez com que eu começasse a me interessar em ser transferido para o Batalhão Tobias de Aguiar.

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